20.3.11

Rotina como evidência

   A rotina é a evidência do vazio. O medo habita na insistência do domínio da evidência. 
Algo está velado em mim, cutuco para ver como abre. Não sei como. E, se não há comodidade não há ensinamento e como não há ensinamento não há partilha. Se não habita mais a dúvida “o que fazer?” segue a nova seqüência “como fazer?”. 
Está implícito na prática do acontecer toda a estrutura de lar que reuni. Trazer este "essencial invisível aos olhos" e assumir sem mais ensaios, a dor real de ter crescido. 
Estamos aqui, esta é a evidência. 
Desfazer do ser a ser cuidado e impelir a cuidadora natural. Comungar com as crenças e transformá-las. Saber da custa disto: faz o estômago doer sem parar. 
Falar para não sofrer. Mas a fala trai. A fala possui matriz para solução. Não há solução, estou em silêncio porque não busco informar a dor no estômago até que esteja preparada para o confronto. Falar reúne a Verdade e a Vontade, é como estar nua defronte ao espelho. O que a boca emite ressoa sem parar. Para vibrar as cordas da voz tenho que sentir o som nos tímpanos. Tem em mim um processo para transformar as coisas que me envolvem. 
Palavra é poder. 
É esta a minha mística.

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